Em dezembro de 1945 era lançado o Skyway Champion 1946, nada mais que uma reedição do antigo modelo. O motor de seis cilindros e 2,8 litros desenvolvia 80 cv de potência bruta a 4.000 rpm, modestos para os 5,02 metros de comprimento. A verdadeira novidade chegava quatro meses depois: o Champion 1947, apresentado com o mote first by far with a postwar car, ou "de longe a primeira com um carro pós-guerra" -- como se sabe, outras marcas demoraram a lançar carros realmente novos após o conflito.
A novidade surpreendia pelas linhas modernas: os pára-lamas estavam integrados ao corpo principal e algumas versões tinham vidro traseiro bastante envolvente, gerando o curioso comentário de que não se sabia se o carro estava indo ou vindo... O desenho era atribuído a Loewy, mas há quem garanta que do pára-brisa para a frente era obra de Virgil Exner. As portas traseiras eram do tipo "suicida", articuladas atrás.
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O Champion de 1950 marcou época pelo "nariz-bala", o curioso elemento aplicado à frente. Além de cupê e sedã, oferecia esta versão conversível | |
Os americanos o compraram como pão quente, levando a Studebaker a uma posição de lucro e prosperidade que há muito não via. A grande demanda exigiu o aumento da produção. Como aço ainda era uma matéria-prima difícil de obter, a empresa acabou adquirindo em 1947 a Empire Steel Corporation, de Mansfield, Ohio, para garantir seu fornecimento. No mesmo ano uma nova fábrica era inaugurada em Hamilton, Ontário, no Canadá, e a unidade de construção de motores para bombardeiros era convertida para os automóveis.
Na linha 1950 era lançado novo desenho frontal, conhecido como bullet-nose ou nariz-bala, em alusão ao elemento central do capô que parece uma bala pronta a ser disparada. Embora algo semelhante já existisse no Tucker Torpedo de 1948 e no Ford 1949, os historiadores atribuem mesmo à Studebaker sua criação: a equipe de Loewy já construíra um protótipo com a "bala" em 1943 e dois membros do grupo, Robert Bourke e Holden Koto, seriam os responsáveis por aplicá-la ao Ford anos depois.
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| O desenho atribuído a Raymond Loewy impressionou. O vidro traseiro envolvente gerou comentários de que "não se sabe se ele está indo ou vindo" |
O nariz-bala provocou comentários bem-humorados, mas quem riu por último foi a Studebaker: em 1950 atingia 268 mil unidades, a maior produção anual de sua história. Além de recursos como freios auto-ajustáveis e suspensão dianteira com molas helicoidais, o carro oferecia a caixa automática denominada Automatic Drive, ou condução automática, desenvolvida pela Borg-Warner. Sua peculiaridade era eliminar a ação do conversor de torque a partir de 93 km/h, tornando solidária a ligação motor-rodas motrizes -- algo bastante comum hoje, mas era 1950!
Além dessa vantagem, havia um sistema que evitava que o carro andasse sozinho (creeping, em inglês) quando estivesse parado em drive, mesmo sem o freio de serviço estar acionado, mediante aplicação automática do freio traseiro -- não era feito no conversor de torque, a exemplo de Astra e Zafira, que exigem pisar no freio. Outro sistema útil impedia o recuo do veículo nas subidas, obtido a partir do tambor da roda-livre. O mais incrível: a eletrônica ainda não havia chegado ao automóvel. Era tudo por comando hidráulico.
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Na versão de quatro portas as traseiras eram "suicidas", com abertura invertida. Um motor V8 de 120 cv brutos trazia melhor desempenho ao modelo Commander em 1951 | |
No ano seguinte chegava um novo motor, seu primeiro V8 de válvulas no cabeçote. Aplicado ao Commander 1951, uma versão mais luxuosa do Champion, tinha 3,8 litros de cilindrada e potência bruta de 120 cv a 4.000 rpm. Os americanos, mais uma vez, aprovaram a novidade e fizeram um bom ano para a marca.
Uma nova carroceria aparecia em 1952, ano do centenário da empresa, com o lançamento do Commander Starliner. Um conversível era escolhido como carro-madrinha (pace car) da famosa 500 Milhas de Indianápolis. Mais tarde, em 1959, viria o compacto Lark. Em 1964 a produção da empresa era transferida ao Canadá e em 1966 encerrada, permanecendo apenas o carro esporte Avanti .
fonte: http://bestcars.uol.com.br/ph/136b-2.htm
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