A FERRARI não é apenas uma máquina ou um automóvel, é um mito, que encanta a todos, esteja onde estiver. É o objeto de desejo da maioria dos mortais que vivem neste planeta. A marca italiana costuma dizer que não vende carros, vende um sonho. A comparação das máquinas construídas em Maranello com raras e exclusivas joias não é nenhum exagero, tamanha sua exclusividade. E tudo identificado por um simples cavalo negro empinando.
A história
É impossível falar na criatura sem falar no seu grande criador: Comendattori Enzo Anselmo Ferrari (foto abaixo). Nascido no dia 18 de fevereiro de 1898, na cidade italiana de Modena, Enzo Ferrari queria ser cantor de ópera ou piloto de competição. Rapidamente desistiu de ser cantor, por falta de voz e ouvido. Sobrou apenas a segunda opção. Depois de ser mecânico, em 1919 decidiu ser piloto e participou de uma prova (pela primeira vez) em Parma Bercetto, na qual obteve a quarta colocação (a prova foi vencida por Antonio Ascari, pai de Alberto Ascari, que futuramente iria morrer ao volante de uma FERRARI). Nos anos seguintes trabalhou para a Alfa Romeo como piloto de competição, ficando mais tarde responsável pela divisão de competição de automóvel. No dia 16 de novembro de 1929 fez o que a história consagrou como seu grande golpe de mestre: criou a Scuderia Ferrari, a primeira equipe de automobilismo independente das fábricas, mas vinculada à Alfa Romeo. Inicialmente a empresa não produzia automóveis, apenas patrocinava pilotos e carros de corrida já fabricados. Enzo Ferrari deixou a Alfa Romeo, fundou em 13 de setembro de 1939, na cidade de Modena, a Auto Avio Costruzion e passou a Segunda Guerra Mundial fabricando equipamentos agrícolas e até carros. O primeiro automóvel inteiramente construído por ele, feito durante o conflito, foi batizado de Modelo 815, isto porque, não podia colocar seu sobrenome em nenhum carro, em decorrência do contrato que assinara com a Alfa Romeo.
Somente em 1946, após o fim do conflito mundial e a queda do regime de Mussolini, ele construiu o primeiro carro de corrida que levava seu sobrenome: a Ferrari 125S. E espantou o mundo por desenvolver em instalações precárias, mas com uma equipe competente e entusiasmada, um motor tão poderoso como o V12 que a equipava, algo muito avançado para a época. O modelo estreou com vitória no Grande Prêmio de Roma, disputado ao redor das Termas de Caracalla, em 25 de maio de 1947, pilotado por Franco Cortese. Desde então, a FERRARI obteve mais de cinco mil vitórias em provas automobilísticas. Neste momento, o Comendador Enzo passou a construir alguns carros para vender para os clientes, apenas o suficiente para financiar sua equipe de corrida. Em 1951 conseguia sua primeira vitória na Formula 1, no circuito de Silverstone com o piloto José Froilán González. E em 1956 a história da marca mudaria radicalmente. O piloto argentino Juan Manuel Fangio conquistaria o título mundial pilotando uma FERRARI.
Apesar da parceria de sucesso entre o renomado estúdio de design Pininfarina com a FERRARI ter começado em 1952, com a FERRARI 212, somente no ano de 1959 o primeiro modelo resultante desta união seria efetivamente visto pelo mundo. Neste ano saía das pranchetas do estúdio a primeira FERRARI com a assinatura Pininfarina, a 250 GT SWB, que foi apresentada no Salão de Paris e produzida dois anos depois, em uma série limitada a 200 unidades. Apesar disso, em 1961 os tempos começaram a ficar difíceis para a FERRARI, depois de conflitos internos que levaram à saída de vários membros da alta direção. A montadora, mesmo assim, conseguiu alcançar um grande número de vitórias em competições importantes e elevar o seu nome no cenário automobilístico. Em paralelo as competições, a FERRARI desenvolvia e comercializava carros super esportivos que, cada vez mais, se tornaram sonhos para os homens mais ricos do mundo. Toda tecnologia desenvolvida nas pistas era transferida ou adaptada para seus esportivos, cujo design, além de encantar visualmente, tinham uma performance sensacional. E isto se deve muito a colaboração entre o designer Sergio Pininfarina (1926-2012) e a FERRARI. A parceria ganhou ainda mais força nesta década quando o próprio Pininfarina convenceu Enzo Ferrari a mudar o design e o posicionamento dos motores dos carros esportivos.
Em 1969, com a empresa enfrentando diversos problemas econômicos, a FIAT comprou 50% de suas ações, garantindo assim que a FERRARI não se tornasse uma marca vulgarizada. Nos anos de 1970, como os custos da escuderia começaram a subir rapidamente, ele aumentou o número de carros FERRARI à venda. Com esta operação, a empresa em Maranello começou a crescer exponencialmente, a fábrica foi expandida, foi construída a pista de testes em Fiorano e dezenas de operações adjuntas, como um túnel de vento, autoclaves, design computadorizado e simulador de teste de colisão.
14 de agosto de 1988 foi um dia negro para a marca, quando aos 90 anos, o Comendador Enzo deixava o mundo e a FERRARI, que fabricava e vendia automóveis esportivos apenas para cobrir os custos da equipe de Formula 1. Com o falecimento do Comendador e a indicação de um antigo funcionário, o Sr. Luca Cordero di Montezemolo, para assumir a responsabilidade de tornar a FERRARI uma empresa moderna e rentável, o que se viu foi uma verdadeira revolução na década de 1990. Uma de suas primeiras ações foi contratar o francês Jean Todt para reestruturar a equipe de Formula 1, fazendo-a voltar aos tempos gloriosos. O resultado: a escuderia ressurgiu das cinzas em 1997, quando o piloto alemão Michael Schumacher conquistou o vice-campeonato pilotando o carro vermelho; e as vendas de automóveis cresceram como nunca visto antes nos anos seguintes. Além disso, em 1997 a FERRARI adquiriu 50% da Maserati, passando a ter total controle da marca em 1999. A FERRARI continuou a alcançar grandes feitos na competição automotiva, conseguindo vencer a Formula 1, na categoria de construtores, de 1999 até 2004 com os pilotos Michael Schumacher e Rubens Barrichello.
No final de 2015 a FERRARI abriu seu capital na Bolsa de Valores, tornando-se assim uma empresa independente do grupo Fiat Chrysler. A empresa italiana arrecadou US$ 893 milhões em sua abertura de capital, cujo evento contou com oito máquinas da cobiçada marca estacionadas em Wall Street e uma legião de curiosos ao redor. Segundo executivos a FERRARI é uma marca forte, com brilho próprio e, sozinha, tem chance de se tornar uma grife ainda mais valorizada. Peiro Ferrari, filho do Comendador Enzo, tem uma participação de 10% na montadora. O poder de uma FERRARI é tanto, que em 2016, um lendário automóvel da marca de 1957 foi vendido pelo valor de US$ 35 milhões, um recorde absoluto para um carro vendido em leilão. Era o modelo 335 S Spider, conduzido nas 24 horas de Le Mans pelo piloto britânico Mike Hawthorn.
Evolução de alguns mitos
Desde os anos de 1940, a transferência de tecnologia dos carros de competição para os esportivos de rua é uma realidade. Ao longo da história da FERRARI, pouco mais de 150 modelos foram lançados no mercado internacional. Na década de 1940, Enzo Ferrari ficou literalmente dividido entre competição e carros comerciais. Por isso, o primeiro carro de rua foi lançado somente em 1948: o cupê de luxo 166 Inter. A parceria entre a montadora italiana e o estúdio de design Pininfarina se consolidou com uma grande safra de carros entre os anos de 1980 e 1990: Testarossa, 512TR, GTO e 348TB, 456GT 2+2, F355 Berlinetta, F355 Spider, F50, 550 Maranello, 456M, 360 Modena, 360 Spider e 456GT.
1984
● FERRARI TESTAROSSA. Um clássico da marca, que possuía este nome pelo fato da cabeça do motor ser pintada de vermelho. Possuía o célebre motor 12-cilindros com 390 cv, sendo o primeiro modelo da marca a possuir ar-condicionado e bancos de couro. Ganhou fama internacional depois de ser utilizada no seriado americano Miami Vice.
1987
● FERRARI F-40. Foi apresentada em 21 de junho na fábrica de Maranello em comemoração aos 40 anos da marca. Para comemorar tal data histórica a montadora decidiu construir o mais rápido carro do mundo produzido em série na época, que os italianos apelidaram de “um automóvel de corrida para estrada”.
1992
● FERRARI 456. Fazia alguns anos que a montadora não tinha um modelo com motor V12. Este modelo foi lançado para que esta perda fosse esquecida. A maior crítica no seu lançamento foi no que diz respeito ao estilo. Para os italianos, o design dessa FERRARI não era muito tradicional e o carro estava muito “japonês” para o gosto deles. Era o único automóvel com quatro lugares da marca (duas pessoas na frente e duas crianças pequenas atrás). Mesmo assim acelerava de 0 a 100 km/h em 5.2 segundos.
1994
● FERRARI F355. Lançada na versão cupê para substituir a 348. Esse bólido tinha motor entre eixos e a sua carroceria era toda confeccionada em alumínio e aço. A F355 era oferecida em três modelos: Berlinetta, GTS ou Spider.
1996
● FERRARI F-50. Lançada para comemorar os 50 anos da marca, sua carroceria era confeccionada em fibra de carbono e kevlar, para que o carro ficasse mais leve e resistente, podendo chegar a 325 km/h. Sua produção teve tiragem limitada.
● FERRARI 550 MARANELLO. Este modelo causou furor ao conciliar conforto a bordo com o potente motor 12 cilindros, que pela primeira vez em 27 anos estava situado na parte dianteira. A aceleração de 0 a 100 km/h era feita em apenas 4.4 segundos.
1998
● FERRARI 360 MODENA. Foi o modelo de número 163 projetado pelo Studio Pininfarina para a marca. No ano seguinte seria lançada a versão Spider (conversível com capota).
2002
● FERRARI ENZO. O carro foi construído com tecnologias usadas na Formula 1 e um sistema de aerodinâmica que levantava um pequeno spoiler e flaps quando em alta velocidade, criando sustentação para não deixá-lo decolar, já que o modelo atingia de 0-100 km em apenas 3.65 segundos, chegando a 350km por hora. O modelo foi lançado ao preço de US$ 643.330 e 349 unidades disponíveis. A montadora conseguiu vender todos os carros antes mesmo de que a produção fosse iniciada. Mais tarde, depois de muitos pedidos, a montadora decidiu produzir mais 50 unidades subindo o total para 399. Em 8 de novembro de 2005 anunciou que iria produzir outra unidade do carro, doada ao Papa João Paulo II e que angariou US$ 1.274.299 para os sobreviventes do terrível Tsunami ocorrido na Ásia em 2004.
2004
● FERRARI 612 SCAGLIETTI. O cupê 2+2, que acomodava confortavelmente quatro adultos, tinha carroceria em alumínio, motor V12 de 5.75 litros, 540 cv de potência e alcançava 315 km/h. Lançado como sucessor da longeva FERRARI 456M, o bólido vermelho fazia de 0-100 km/h em apenas 4.2 segundos.
2006
● FERRARI F599 GTB FIORANO. Essa preciosidade é considerada, por muitos, o melhor automóvel já construído em Maranello. Equipado com o motor V12, o mais potente já desenvolvido (620 cavalos), disparava da inércia até 100 km/h em 3.7 segundos, alcançando 330 km/h. A sigla GTB representa Gran Turismo Berlinetta em homenagem aos cupês já produzidos pela montadora e Fiorano é o nome do histórico circuito onde a marca testa seus bólidos.
2007
● FERRARI 612 ACAGLIETTI SESSANTA. Apresentada no dia 21 de junho, a edição especial “Sessanta” do cupê 612 Scaglietti, era comemorativa ao 60º aniversário de fundação da FERRARI como montadora. Baseada na 612 Scaglietti, o modelo contava com um pacote de equipamentos mais completo: um teto-solar panorâmico eletrocrômico (que muda de cor conforme a incidência de raios solares), rodas de 19 polegadas especiais, equipamento de som da marca Bose, monitor de navegação com sintonizador de TV e câmera traseira para auxiliar manobras de estacionamento. Foram fabricadas apenas 60 unidades, com duas opções de cores exteriores (cinza escuro e vermelho perolizado) e duas internas (marrom e cinza escuro).
● FERRARI 430 SCUDERIA. Lançada durante o Salão do Automóvel de Frankfurt como modelo de uma série especial com uso de tecnologia derivada de sua equipe de Formula 1 e ajuda do heptacampeão Michael Schumacher. O nome Scuderia se refere exatamente à divisão de corridas da montadora. Equipada com um motor de 510 cv, o bólido atingia velocidade máxima de 230 km/h. O automóvel vinha equipado com o f1 superfast, um software de última geração que reduzia o tempo de troca de marchas para apenas 60 milésimos de segundo, além de um novo controle de tração.
2008
● FERRARI CALIFORNIA. Apresentada no Salão do Automóvel de Paris, este modelo é um cupê conversível equipado com motor 4.3 V8 de 460 cavalos de potência na parte dianteira, que acelera de 0 a 100 km/h em quatro segundos. Outra inovação era a capota rígida, utilizada pela primeira vez em um modelo conversível da montadora italiana. A grande novidade era o câmbio automático de sete velocidades com sistema dupla embreagem. Este tipo de embreagem, cada vez mais comum nos carros esportivos mais modernos, é capaz de engatar uma marcha e deixar a outra já preparada, possibilitando troca mais rápidas e aumentando o desempenho.
2009
● FERRARI 458 ITALIA. Sucessora da mítica F430, o modelo é considerado uma síntese de estilo, criatividade, paixão e tecnologia de ponta. É equipado com um agressivo motor V8 de 4.5 litros, que produz aproximadamente 570 cv de potência. Além disso, o câmbio é de dupla embreagem e sete marchas, feito especialmente para lidar com o torque e a potência deste modelo. A aceleração de 0-100 é feita em apenas 3.4 segundos, com velocidade máxima de 325 km/h.
2010
● FERRARI 599 GTO (Gran Turismo Omologato). Visualmente agressivo, este modelo foi afinado, incluindo a frente, as laterais, o assoalho plano e as tomadas de ar. O cuidado foi tamanho que o modelo conta com uma ventilação aprimorada dos discos de freio e a adoção de calotas para eles - que seguram o ar quente que sai dos pára-lamas junto ao carro para reduzir o arrasto aerodinâmico. Debaixo do chassi há um motor V12 de 6 litros que gera 670 cv de potência. Tudo isso significa uma aceleração de 0 a 100 km/h em somente 3.35 segundos, com velocidade máxima de 333 km/h. E tão importante quanto esses números é o tempo de volta em Fiorano, apenas um minuto e 24 segundos, o que faz desta FERRARI o modelo de rua mais rápido da história da marca italiana.
2012
● FERRARI F12 BERLINETTA. O superesportivo equipado com motor de 12 cilindros em V desenvolve 740 cavalos de potência, combinado com transmissão de dupla embreagem da Formula 1. Com design que deixou o cupê mais leve, além de mudanças na aerodinâmica, o carro acelera de 0 a 100 km/h em 3.1 segundos. De acordo com a empresa, o propulsor possui injeção direta de alta pressão e três ignições sequenciais para aproveitar melhor o combustível. A velocidade máxima é de 340 km/h. A FERRARI diz que o bólido completou uma volta no circuito italiano de Fiorano em 1min23s, mais rápido do qualquer outro modelo da marca.
2013
● LA FERRARI. Primeiro carro híbrido da montadora italiana, a série especial contou com apenas 499 unidades produzidas, cada uma custando cerca de R$ 3.3 milhões. O superesportivo que tem a honra de suceder a lendária Ferrari Enzo, vem com mais de 900 cv, graças à combinação do motor 6.3 V12 naturalmente aspirado de 800 cv a um motor elétrico de 163 cv. Segundo a marca italiana, o piloto da F1 Fernando Alonso, piloto da escuderia na época, fez uma volta na pista de testes em Fiorano em 1 minuto e 19 segundos, enquanto o marco da Ferrari 599XX era de 1 minuto e 16 segundos.
2014
● FERRARI CALIFORNIA T. O design deste modelo conversível foi inspirado no estilo de sua própria precursora, a 250 Testa Rossa, com traços arrojados. No interior, há bancos com acabamento em couro, sistema multimídia touchscreen 6.5 polegadas e uma tela para informar ao condutor como usar o carro aproveitando ao máximo o desempenho do motor (560 cv de potência, capaz de levar o modelo de 0 a 100 km/h em 3.6 segundos).
2015
● FERRARI 488 GTB. Com tecnologias e inovações desenvolvidas na Formula 1 e no Campeonato Mundial de Endurance, seu motor é um 3.9 V8 de 670 cv, gerenciado por um câmbio de dupla embreagem e sete marchas, com tração traseira. Segundo a marca o esportivo pode ir aos 100 km/h em apenas 3 segundos e atingir a velocidade máxima de 330 km/h. Essa supermáquina foi lançada para substituir a notável 458 Italia, que foi produzida entre 2009 e 2015, e quarenta anos depois que a montadora lançou seu primeiro veículo equipado com um propulsor V8 longitudinal, a icônica Ferrari 308 GTB. O modelo também está disponível na versão conversível (spider).
2016
● FERRARI GTC4 LUSSO. Sob o capô, a GTC4 Lusso dispõe de um motor V12 6.3 naturalmente aspirado capaz de desenvolver 690 cavalos de potência. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 3.4 segundos, com máxima de 335 km/h. Ainda na mecânica, chama atenção o sistema de tração integral 4RM-S, que faz com que as rodas traseiras também girem para facilitar o desempenho do esportivo nas curvas. O modelo é sucessor da FF, responsável por quebrar paradigmas dentro da montadora italiana (foi o primeiro modelo da marca a unir tração integral e espaço para quatro ocupantes).
A escuderia
A Formula 1 não seria a mesma se não fosse pelos bólidos vermelhos da FERRARI. A história da mais tradicional e antiga escuderia da Formula 1 teve início no GP de Mônaco, em 21 de maio de 1950, a segunda prova do primeiro campeonato de F1. Alberto Ascari tornou-se, então, o primeiro piloto a marcar pontos para a equipe ao terminar em segundo lugar nas ruas do Principado. De lá para cá, muita coisa aconteceu. A primeira vitória em uma prova aconteceu pelas mãos de José Foilán Gonzáles (pilotando o modelo 375 F1 com motor naturalmente aspirado), no circuito de Silverstone na Inglaterra em 1951. Durante esta década, a equipe fez três campeões do mundo: Ascari (1952 e 1953), Juan Manuel Fangio (1956) e Mike Hawthorn (1958). O mundial de construtores surgiu apenas em 1958 e a FERRARI foi vice-campeã no primeiro e no segundo ano do campeonato.
Nos anos de 1960, conquistou dois títulos de construtores, em 1961 e 1964, temporadas nas quais seus pilotos, Phil Hill e John Surtees, foram respectivamente os campeões. Em virtude de problemas com as autoridades esportivas italianas, a FERRARI adicionou ao seu tradicional vermelho às cores azul e branca nas duas últimas provas de 1964, quando competiu na América do Norte, um protesto do Comendador Enzo em resposta aos cartolas. Nos outros anos, a escuderia foi 2ª (1966), 3ª (1960), 4ª (1963, 1965 e 1968), 5ª (1967 e 1969) e 6ª em 1962, quando teve seu pior desempenho desde a criação do mundial. Na década de 1970, a FERRARI só não esteve entre as duas primeiras equipes do campeonato em três temporadas: 1971 (foi 3ª), 1972 (4ª) e 1973 (6ª). Em todas as demais oportunidades ou foi vice-campeã (1970, 1974 e 1978) ou conquistou o título, incluindo o tricampeonato 1975, 1976 e 1977 e o troféu em 1979. Foram campeões pela equipe neste período os pilotos Jody Scheckter, em 1979, e Niki Lauda, em 1975 e 1977. Lauda lutava também pelo título em 1976, mas sofreu um grave acidente na Alemanha, onde seu carro pegou fogo.
Os seguidos títulos na segunda metade da década de 1970 não se repetiram nos anos de 1980. Muito pelo contrário. Apesar de ainda ter obtido o 1º lugar nos campeonatos de 1982 e 1983 e de ter sido vice-campeã em 1984, 1985 e 1988, a escuderia se ressentia por não ter tido nenhum piloto campeão do mundo. Além disso, a equipe ainda chorou a morte de dois grandes personagens de sua história, uma no início da década e a outra, no final. Em 1982, durante os treinos de classificação para o GP da Bélgica, em Zolder, o piloto canadense Gilles Villeneuve morreu após ter o corpo arremessado e colidido contra o muro do circuito. Em 14 de agosto de 1988, aos 90 anos, o comendador Enzo Ferrari faleceu. Uma semana depois, a escuderia venceu o Grande Prêmio da Itália com uma dobradinha Gerhard Berger-Michelle Alboreto. O jejum de campeões do mundo guiando uma FERRARI continuou durante toda a década de 1990. Entretanto, a escuderia tentou resolver o problema já nas primeiras temporadas. Por exemplo, em 1990, contratou o tricampeão Alain Prost. O francês venceu cinco corridas e levou a disputa do título para a penúltima prova, no Japão. Lá, depois do choque com Ayrton Senna, abandonou a corrida com problemas no carro e perdeu o título. A FERRARI ficou em 2º lugar. O que se viu depois foi algo até certo ponto inimaginável na Formula 1. A FERRARI não venceu um GP sequer em 1991, 1992 e 1993. Em 1994 e 1995, Gerhard Berger e Jean Alesi venceram uma prova cada. Com o fundo do poço muito próximo, mas com bastante dinheiro para investir, a escuderia deu início a uma nova fase de sua história ao contratar, em 1996, o até então bicampeão do mundo Michael Schumacher. Ele ganhava US$ 30 milhões por ano na equipe e ainda contava com boa parte do time de especialistas de sua época na Benetton, como Ross Brawn (diretor técnico) e Rory Byrne (projetista). Unidos a eles estava Jean Todt, diretor da escuderia. Juntos, revolucionaram a FERRARI e resgataram os anos de glória, e, com eles, milhares de tifosis (como são conhecidos os fanáticos fãs italianos da escuderia). Nos três primeiros anos da parceria, a FERRARI foi vice-campeã de construtores.
Em 1999, depois de 16 anos, a equipe voltou a conquistar o título. Por pouco a escuderia não levou também o mundial de pilotos. Todavia, um acidente em Silverstone deixou o alemão de fora por sete corridas e da briga pelo título daquele ano. Mika Hakkinen, da McLaren, evitou durante dois anos que os pilotos da FERRARI vencessem. Porém, de 2000 a 2004, ninguém mais conseguiu bater o alemão e a equipe italiana. No ano 2000, Schumacher venceu nove das 17 corridas e tornou-se o primeiro piloto a conquistar o título pela FERRARI, 21 anos depois da Scheckter. Em 2001, o alemão repetiu o número de vitórias e sagrou-se tetracampeão da categoria. Porém, a temporada de resultados impecáveis também viu a primeira ação do jogo de equipe envolvendo Schumacher, os dirigentes da escuderia e o segundo piloto da equipe, Rubens Barrichello. Ele, o segundo brasileiro a pilotar um dos carros da escuderia (o outro foi Chico Landi em uma prova de 1950), recebeu ordens para ceder sua posição (2º lugar) para Schumacher no GP da Áustria e obedeceu.
Em 2002, a FERRARI voltou a passear na pista. Quinze das 17 provas foram vencidas por seus pilotos, sendo 11 ganhas por Schumacher e quatro por Barrichello. Apesar disso, ainda no início da temporada, a escuderia voltou a protagonizar mais um episódio lamentável devido ao jogo de equipe. Novamente na Áustria, Barrichello, desta vez liderando a prova, foi obrigado a dar passagem para Schumacher. O brasileiro só acatou a ordem dos dirigentes na última curva, já prestes a receber a bandeirada. Schumacher passou. Em seguida, as vaias começaram. A condenação do público e da mídia deixou o alemão constrangido. No pódio, Schumacher puxou o brasileiro para o degrau mais alto, como que reconhecendo o erro em ter ultrapassado o companheiro. A FIA o multou em US$ 1 milhão por ter interferido nos procedimentos do pódio e o episódio entrou para a história como um dos mais deprimentes da escuderia italiana. Ao final do ano, contudo, Schumacher igualou o número de títulos de Fangio (5) e a equipe venceu mais um campeonato. Em 2003, o alemão e a FERRARI voltaram a conquistar o troféu. Desta vez, com mais dificuldades. Schumacher obteve o título com apenas dois pontos de vantagem em relação a Kimi Raikkonen, tornando-se hexacampeão. A equipe só passou a liderar o mundial de construtores depois do GP do Canadá. No ano seguinte, o domínio foi tranquilo novamente. O alemão venceu 13 das 18 provas, sendo 12 nas primeiras 13 etapas do mundial. Com duas vitórias de Barrichello, a FERRARI fez campeão, vice e consagrou-se com mais um título. Schumacher conquistava, então, seu último troféu, somando sete ao todo.
Nos próximos dois campeonatos, o domínio da escuderia italiana não se repetiu. Em 2005, sequer chegou à vice-liderança entre os construtores, Renault (1º) e McLaren (2º) ficaram na sua frente. Em 2006, seu desempenho foi melhor. Com a disputa entre Schumacher e o espanhol Fernando Alonso pelo título de pilotos ponto a ponto e o alemão em busca de um impensável octacampeonato, a FERRARI tentou, mas não conseguiu voltar ao 1º lugar do mundial, sendo vencida pela Renault outra vez. Em Monza, a equipe viu seu grande astro anunciar a aposentadoria. No Brasil, chegava ao fim uma das parcerias de maior sucesso na história da Formula 1, com Schumacher vendo o título ser entregue novamente a Alonso e a FERRARI amargando o consolo do 2º lugar no mundial de construtores. Porém, em 2007, a equipe deu a volta por cima e em um campeonato emocionante conquistou o título com o piloto finlandês Kimi Raikkonen, contratado pela FERRARI neste mesmo ano para ser companheiro do brasileiro Felipe Massa. No ano seguinte a escuderia perdeu o título na última volta da última corrida, realizada no Brasil, para a McLaren. O brasileiro Felipe Massa foi vice-campeão. A atual dupla de pilotos da escuderia italiana é formada pelo finlandês Kimi Raikkonen e pelo alemão Sebastian Vettel.
Números de uma paixão: responsável pela paixão de um país inteiro e de fãs ao redor de todo o mundo, a FERRARI acumula uma série de recordes impressionantes. São 224 vitórias, 208 pole positions, 233 voltas mais rápidas, 697 pódios conquistados, 15 títulos de pilotos e 16 títulos de construtores. A equipe acumula um total de 6.277,5 pontos. Nos 909 GPs disputados, a escuderia já liderou mais de 12.400 voltas, o que significa dizer mais de 65.000 quilômetros na ponta. Em apenas uma corrida, a escuderia não correu com motores FERRARI. Foi em um GP de 1950, quando a equipe utilizou um motor Jaguar. A equipe já apresentou mais de 70 modelos e mais de 100 pilotos guiaram os carros que têm como símbolo o cavalinho rampante. Dentre eles, nomes que marcaram a história da Formula 1, como os já citados anteriormente, além de Clay Regazzoni, Nigel Mansell, Carlos Reutemann, Wolfgang von Trips e Giuseppe Farina.
O poder do Cavallino Rampante
Muito mais que correr na Formula 1 ou vender os automóveis mais cobiçados do mundo, a FERRARI é um estilo de vida. E a marca italiana sabe muito bem aproveitar sua força e imagem. A marca, lucrativa tanto na venda de automóveis quanto no licenciamento de produtos, é uma verdadeira máquina de fazer dinheiro. E a área de licenciamento é muito responsável por isso. O símbolo do tradicional Cavallino Rampante e a cor vermelha estão estampados em inúmeros produtos que vão muito além do automobilismo, como relógios, óculos escuros, chaveiros, bonés, camisetas, jaquetas, sapatilhas, jogo de lápis, bicicletas, perfumes, notebooks, celulares, capacetes, bolsas, entre outros. Muito desses produtos foram desenvolvidos em parcerias com marcas de luxo como Tod’s, Hublot, Vertu e Damiani. Boa parte desses produtos é comercializada através de 50 lojas exclusivas (entre franqueadas e próprias) espalhadas pelo mundo. A FERRARI está entre as 25 marcas que mais ganham dinheiro com licenciamento no mundo.
A mística Maranello
A história começou quando acontecimentos ligados à Segunda Guerra Mundial forçaram a FERRARI a transferir sua fábrica para a cidade de Maranello, localizada a aproximadamente 20 km de Modena. A partir deste momento a pequena cidade viveria em função da marca e de seu mito. Além do museu, a cidade italiana também hospeda a fábrica (uma mini-cidade composta por 45 edifícios, inaugurada em 1947) e a pista de testes (Fiorano, que tem 3 km de extensão e é aprovada para a Formula 1, onde se realizam os testes e a formação da escuderia). A avenida principal é chamada de Enzo Ferrari e atravessa praticamente todo o complexo, enquanto as ruas transversais recebem nomes de grandes pilotos que já vestiram as cores da escuderia italiana. O complexo industrial é carinhosamente conhecido como cittadella Ferrari – uma pequena cidade realmente, com mais de 551.000 m². Próximo fica ainda a casa do Comendador Enzo Ferrari, onde ele passava as suas férias e onde ficava seu escritório. Atualmente este prédio também abriga um ginásio e apartamentos para os pilotos convidados. Andar em Maranello é sentir-se no coração da marca do cavalo rampante. A marca vende em média pouco mais de 7.000 preciosidades anualmente, construídos por aproximadamente 3.000 funcionários.
Segundo a montadora, não haverá aumento significativo de produção porque uma FERRARI tem que ser objeto de desejo e os clientes estão dispostos a esperar mais de um ano pela entrega do carro. A demora se explica pelo método de produção. Apesar das inovações tecnológicas que garantem a manutenção da supremacia da marca italiana no automobilismo, a fábrica funciona à moda antiga, fugindo totalmente dos padrões da indústria automobilística mundial. Motores e funilaria são acabados a mão. No setor de estofamento, um grupo de mulheres sentadas atrás de máquinas de costura trabalha sobre os couros Conolly, provenientes do norte da Europa. A especificação geográfica tem uma razão. Naquela região, as peles das vacas são mais finas e a ausência de mosquitos impede o surgimento de marcas. Para estofar cada FERRARI são necessárias três vacas. A empresa segue fielmente a filosofia de Enzo Ferrari em manter o controle sobre toda a produção. A fábrica também abriga a linha de montagem dos modelos V8, California e 458 Italia, responsável por 70% da produção; e os V12, com a dupla 599 GTB e 612 Scaglietti, que respondem pelos 30% restantes.
O Comendador também queria perpetuar a aura de exclusividade em torno da marca. Seu desejo ainda é uma ordem. A FERRARI não tem um sistema de encomendas como a Mercedes-Benz e a BMW, nem visitas abertas ao público. É um circuito para poucos. Você precisa ter uma longa e sólida ligação com a prestigiada marca ou com um de seus concessionários para visitar a unidade fabril de Maranello. Próximo da portaria do complexo, um prédio (batizado de Galleria Del Vento) com formato curioso chama a atenção. É um dos locais mais secretos e vigiados de Maranello, onde está o túnel de vento, projetado pelo arquiteto Renzo Piano e inaugurado em 1997. Ali um ventilador, com cinco metros de diâmetro, produz turbulências enquanto o carro é monitorado por mais de 300 sensores. É o lugar de desenvolvimento da aerodinâmica dos carros de rua e de F1. A marca italiana ainda possui, desde 1977, as instalações da Carrozzeria Scaglietti, na cidade de Modena. Ali é feita a construção do monobloco, portas e capô, tudo em alumínio. São dois galpões: um para os carros de produção e outro para protótipos e séries especiais. Depois de prontas, as carrocerias seguem para Maranello, onde vão receber pintura, conjunto mecânico e acabamento.
Os museus
Relembrar os tempos gloriosos que transformaram carros em ícones. É isto que pretende oMuseo Ferrari, museu da marca italiana de carros e escuderia mais famosa da Formula 1. Criado em 1990, ao lado da mítica fábrica em Maranello, o museu, que possui três andares, ocupa uma área de 2.500 m² e recebe anualmente cerca de 200 mil visitantes ávidos por reviver a história desta lendária marca do automobilismo. Ao passar pela porta de entrada, marcada pelo imponente cavalo rampante, símbolo máximo da FERRARI, as pessoas se deparam com o F2005, carro utilizado pelo heptacampeão de Formula 1 Michael Schumacher, quando correu sua última temporada. Assim que o visitante passa pela entrada, uma das primeira coisas que chama a atenção é a frase outrora proferida por Enzo Ferrari: “A vitória mais bonita é aquela que ainda está por vir”. No piso térreo está instalado um bar e a loja de produtos oficiais da marca.
Ainda no primeiro andar, ao lado dos bólidos pilotados por Niki Lauda, Gilles Villeneuve e Gerhard Berger, estão fotografias, bilhetes de Enzo Ferrari e uma réplica de seu escritório em Trento Trieste. Um boxe com equipamentos originais – incluindo o “muro” de monitoramento idêntico ao visto nos circuitos. Há também uma réplica da pista de Fiorano, com as casas em que já moraram ou se hospedaram o próprio Enzo Ferrari, Michael Schumacher e Felipe Massa. Para os fãs interessados em sentir de forma mais real a emoção de pilotar uma FERRARI, um simulador de corridas de Formula 1 está à disposição. No segundo andar, a evolução da tecnologia FERRARI é apresentada também nos carros de rua, dos mais antigos e tradicionais, como a Ferrari 166 F2 (de 1951), a Ferrari F40 e a Ferrari 458 Italia. Este andar ainda abriga um pequeno cinema, uma sala de exibição e um auditório. Uma exposição de motores e uma ala dedicada totalmente a Enzo Ferrari também fazem parte da visita. Dedicado especialmente para as crianças, há ainda a oficina pedagógica Galleria Ferrari Red Campus, que explica através de simulações interativas e exercícios como a FERRARI tornou-se um modelo de negócios que estimula a inovação, trabalho em equipe, estilo e design. No último andar está localizado os escritórios de administração do museu e outra sala de exibição. Filmes e exposições itinerantes recontam a história dos homens, máquinas e momentos que fazem da FERRARI um sonho de consumo de incontáveis fãs. Entre as exposições permanentes, estão o Victory Hall onde é possível ver os carros de F1 que foram campeões desde 1999, os troféus e a história dos campeões mundiais.
Existe outro museu dedicada a icônica marca italiana localizado em Modena, cidade natal da FERRARI. Batizado de Casa Museu Enzo Ferrari, o local abriga uma coleção permanente de carros da marca e ainda tem espaço para exposições temporárias e apresentações de vídeos históricos. Além disso, é possível pilotar uma FERRARI legítima no Autódromo de Modena. Na verdade, o museu conta com dois complexos, a casa de Enzo Ferrari e uma galeria de exposição com um formato que, visto de fora, lembra os bicos dos modelos de competição que a FERRARI fabricava na década de 1950. O museu foi inaugurado em 2012 e fica localizado na casa onde Enzo Ferrari nasceu.
O parque temático
Uma parceria entre a FERRARI e os bilionários exóticos de Abu Dhabi (nos Emirados Árabes Unidos) só poderia resultar em algo grandioso: FERRARI WORLD. Trata-se do primeiro parque temático coberto da marca italiana, uma espécie de Disneylândia para alucinados por carros e especialmente para quem é apaixonado pela lendária marca italiana. O parque, inaugurado oficialmente no dia 4 de novembro de 2010, abriga um circuito, simuladores de corrida, montanhas-russas (incluindo a Formula Rossa, a mais rápida do mundo, que atinge velocidade de 240 km/h em apenas 4.9 segundos, emulando completamente a sensação de se estar dentro de uma FERRARI F1, em um percurso de exatos dois quilômetros; e a Fiorano GT Challenge, uma montanha-russa dupla, em uma disputa entre dois carrinhos que percorrem trilhos paralelos simultaneamente), diversas atrações (incluindo passeios para crianças de todas as idades, como o Junior GT, uma divertida corrida de carrinhos; o Bell’Italia, uma reprodução de uma estrada com paisagens da Itália; e um brinquedo radical chamado G Force, que arremessa os passageiros até uma altura de 62 metros para simular as forças G vividas pelos pilotos de carros de F1); uma recriação dos boxes da equipe de Formula 1, com direito à motor home, cabine de controle e simulador de pit-stop; cinemas (com filmes em 4D); lojas (incluindo uma com produtos licenciados e para colecionadores da marca italiana, com 852 m²), inúmeros restaurantes (com deliciosas comidas tipicamente italianas) e um museu, batizado de Galeria Ferrari, que mostra a evolução dos carros da marca italiana desde 1947.
Uma enorme estrutura vermelha inspirada nas curvas da clássica FERRARI GT, cobre uma superfície de mais de 200.000 m², onde é possível avistar um pomposo logotipo de 66 metros de altura da marca italiana. O ambiente é todo climatizado, essencial para suportar o forte calor dos Emirados Árabes Unidos. O parque está localizado em Yas Island (uma ilha artificial) no lado nordeste do continente de Abu Dhabi, cerca de 10 minutos de carro do Aeroporto Internacional e 50 minutos do Circuito Yas Marina, onde ocorre o GP de F1 de Abu Dhabi. Considerado o maior parque temático coberto do mundo, com 86.000 m², com apenas três de suas atrações ao ar livre, as duas montanhas-russas e o elevador com queda livre, o FERRARI WORLD recebe aproximadamente 900 mil visitantes por ano.
A cor
Uma das imagens de marca da FERRARI é a sua cor “rosso corsa” (algo como “vermelho de corrida”). Porém, oficialmente sua cor é o amarelo, mas devido ao sucesso nas corridas o vermelho ficou como uma tradição. A utilização dessa cor teve início nos anos de 1920, altura em que a entidade que viria a ser chamada de FIA, impunha que as escuderias italianas teriam que apresentar cor vermelha, as francesas azul, as belgas amarela, as holandesas laranja, as alemãs prateadas, as americanas brancas e as inglesas verde.
O símbolo
O cavalo símbolo da FERRARI é chamado de Cavallino Rampante, ou cavalinho empinado. A história conta que o corcel negro empinado era usado no avião do Conde Francesco Barraca, um jovem piloto de caça italiano morto na Primeira Guerra Mundial, abatido após 34 duelos vitoriosos. Ele queria o cavalo empinado em seus aviões porque o seu esquadrão, conhecido como “Battaglione Aviatori”, foi inscrito em um regimento da Cavalaria (as forças aéreas estavam nos seus primeiros anos e não tinham administração separada), e também porque ele mesmo tinha a reputação de melhor Cavaliere (cavaleiro) de sua equipe. Em 17 de junho de 1923, Enzo Ferrari ganhou uma corrida no circuito de Savio em Ravenna e lá conheceu a Condessa Paolina, mãe de Francesco Barraca. A Condessa pediu que ele usasse o cavalo em seus carros, sugerindo que isso lhe daria boa sorte, mas a primeira corrida na qual a Alfa Romeo permitiu o uso do cavalo nos carros da escuderia ocorreriam somente 11 anos depois, nas 24 Horas de Spa em 1932. A FERRARI ganhou. Continuou a utilizar o cavalo negro, contudo adicionou um fundo amarelo por ser a cor símbolo de sua terra natal Modena. Desde 2003 o cavalo empinado virou uma obra de arte, realizada em aço inoxidável e com cinco metros de altura, doada à cidade de Maranello pelo escultor albanês Helidon Xhixha. O cavalo empinado é hoje uma marca registrada da FERRARI.
A identidade visual
A FERRARI utiliza dois logotipos distintos: um para a montadora de automóveis (esquerda) e outro para a escuderia de Formula 1 (direita). Em ambos o tradicional Cavallino Rampante é o principal símbolo.
A FERRARI também pode utilizar o logotipo que contém somente o nome da marca na cor vermelha.
Dados corporativos
● Origem: Itália
● Fundação: 16 de novembro de 1929
● Fundador: Enzo Ferrari
● Sede mundial: Maranello, Itália
● Proprietário da marca: Ferrari N.V.
● Capital aberto: Sim (2015)
● Chairman: Sergio Marchionne
● CEO: Amedeo Felisa
● Faturamento: €2.85 bilhões (2015)
● Lucro: €287.8 milhões (2015)
● Valor de mercado: US$ 8.1 bilhões (março/2016)
● Produção anual: 7.664 automóveis (2015)
● Lojas: 50
● Presença global: 60 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 3.500 (incluindo a escuderia)
● Segmento: Automobilístico
● Principais produtos: Automóveis esportivos, escuderia de F1 e licenciamento de produtos
● Ícones: O “Cavallino Rampante” e a cor vermelha de seus carros
A marca no mundo
A FERRARI, além de fabricar os carros mais cobiçados do mundo, participa da Formula 1 (F1) e promove várias competições na Europa, Estados Unidos e América Latina. A marca conta com 198 pontos de venda em mais de 60 países ao redor do mundo. A FERRARI tem ainda 50 lojas exclusivas (espalhadas por mais de dez países), onde é possível encontrar uma infinidade de produtos que levam a tradicional cor vermelha e o cavalinho rampante. Atualmente no Brasil, a marca oferece sete modelos: 488 Spider, 488 GTB, GTC4 Lusso, California T, 458 Speciale, 458 Italia e F12 Berlinetta. Depois de bater recordes de venda em 2014, ano em que registrou 7.255 unidades comercializadas, a marca italiana mais uma vez surpreendeu ao vender 7.664 unidades em 2015. Aproximadamente 60% das vendas da montadora são feitas a clientes antigos. Os maiores mercados da marca são América do Norte (Estados Unidos e Canadá), China, Oriente Médio e Japão.
Você sabia?
● Alfredino Ferrari, filho de Enzo, morreu em 1956, aos 26 anos, sofrendo de distrofia muscular progressiva. Isto fez com que Enzo Ferrari se torne uma pessoa amarga. Desse momento até sua morte ele nunca mais pisou em uma pista de corrida e passou a usar os inseparáveis óculos escuros. Autodidata em mecânica, ele recebeu em 1960, da Universidade de Bolonha, o título de Doutor “honoris causa” em Engenharia, e mais tarde, em Física. Também ganhou do governo italiano o título de Comendador.
● Não somente nas ruas e estradas que os bólidos da FERRARI são estrelas. Em filmes e seriados famosos seus carros também foram protagonistas. Quem não se lembra de Magnum, do Al Pacino no filme Perfume de Mulher, de Steve McQueen no filme Le Mans, Miami Vice e até Curtindo a Vida Adoidado?
● Luca di Montezemollo, sucessor de Enzo Ferrari no comando da Formula 1 nos anos de 1970, foi durante anos o presidente da FERRARI. Após 23 anos de uma história recheada de glórias, em 2014, o mítico executivo foi demitido do comando da empresa italiana.
fonte
http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/ferrari-o-mito.html